quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Private Equity: Eu já ouvi falar nisso.

Você, que já se pegou lendo uma Exame, assistindo o ManagemenTV ou mesmo o Economia e Negócios da Record News, ouviu falar de investimentos de Private Equity e franziu a testa, coçou a cabeça, parou uns 4 segundos pensando na palavra? Pois é, esta é uma forma bastante comum de opções de investimento são as participações em empreendimentos não listados em bolsa, mas que potencialmente podem oferecer altos índices de retorno sobre investimento. Muitos destes empreendimentos podem ser escolhidos por deter uma tecnologia diferenciada, por ser um player em um setor que passa por um bom momento no país ou no mundo, por se localizar em uma região promissora, dentre outros fatores. Portanto, investidores unem-se com o objetivo formar um fundo de investimento e adquirir participações nestas empresas, sejam elas minoritárias, controladoras ou até mesmo 100%.

 



Uma vez identificado o empreendimento alvo, este passa por um processo rigoroso de análise, auditorias, comprovação de informações e várias atividades de aspecto fiscal, contábil e, não menos importante, do histórico dos seus acionistas e, obviamente, é analisada toda a cadeia de valor, incluindo fornecedores, distribuidores, perfil de clientes, etc. Este processo é conhecido como Due dilligence e facilmente chega a seis, oito meses, ou até mais.

É importante lembrar que há um intermediador neste processo, chamado de Gestor de Fundos, o qual tem o papel de garantir a rentabilidade do negócio durante a permanência deste fundo na empresa em questão. No Brasil, alguns dos grandes gestores de fundos são GP Investimentos, Gávea, Pátria, AIG, Rio Bravo, Advent. Geralmente estes empreendimentos são buscados, ou vão à busca, de empresas gestoras de fundos de investimento. Deve-se prestar atenção à seguinte hierarquia:



Investimentos de Private Equity diferem de outros investimentos como compra de ações ou opções principalmente pelo grau de comprometimento envolvido. Em geral, um investimento deste porte se estende por cerca de cinco anos em um empreendimento para alcançar o retorno esperado pelos acionistas/investidores e este retorno pode ser materializado através de uma oferta pública de ações (IPO) ou venda do empreendimento para um competidor de maior expressão.

Mas qual o perfil destes acionistas? Fundos de pensão, grandes investidores, instituições como o BNDESPar e outras entidades que certamente nem sequer pisarão na empresa escolhida pelo gestor do fundo a receber o aporte milionário. Isto mesmo. É muito comum que estas participações variem de 5 a até 700 milhões de reais.

Porém, não é apenas injetando uma bolada que você terá uma reviravolta na forma de gestão, nos resultados, no controle de custos, etc. Um aporte milionário em uma canoa furada só tem um único destino: o ralo. Investimentos de Private Equity podem sim gerar retornos acima da média, mas isso é resultado de inserção de uma equipe profissionalizada para promover a mudança de cultura, excelência na gestão, profissionalização dos processos, enfim. Sábio é ter a consciência de que a maior burrice é fazer a mesma coisa todos os dias e esperar um resultado diferente.

E quem de fato representará e lutará pelos interesses dos acionistas é geralmente o bom e velho Conselho de Administração, constituído por profissionais de mercado, diretores do fundo de Private Equity, etc. O Conselho é aquele que tem poder de cortar cabeças do alto escalão, aprovar ou não orçamentos, solicitar auditorias. É aí em que muitos executivos se vêem incomodados ao ter de conviver, dormir e acordar com práticas de Governança Corporativa, pois estão sendo mais vigiados do que a galera do Big Brother.

O mercado brasileiro ainda é muito promissor neste tipo de investimento, com grandes perspectivas de crescimento nos próximos anos. Para quem quiser aprofundar mais sobre o assunto, sugiro a leitura das publicações da PricewatherhouseCoopers sobre Privete Equity e Venture Capital no Brasil.

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