segunda-feira, 11 de abril de 2011
Psicologia do Consumo é uma ciência básica ou aplicada?
Hoje, minha veia acadêmia se sobressaiu...então vamos discutir um pouco sobre as relações entre pesquisa basica e aplicada na area da Psicologia do Consumo!
Tanto a investigação básica como a aplicada visa construir o conhecimento, sendo que a primeira independe da sua importância para a solução de problemas de cunho prático, e a segunda tem o objetivo de, com seu conhecimento, contribuir para a solução de problemas com “impacto directo na vida das pessoas”.
Günther (2006) diz que esta divisão geralmente é atribuída a pesquisas qualitativas (básicas) e quantitativas (aplicadas), mas que não há razões claras para essas associações, atribuindo assim esta relação mais devido a forma que coleta de dados é realizada (se quali ou quanti), do que necessariamente a finalidade, pois uma pesquisa pode ser quanti e básica ou quali e aplicada.
A relação entre marketing e psicologia é estreita (Fontenelle, 2008), não tem como falar do marketing sem falar da psicologia, as pesquisas que o marketing realizavam eram utilizadas como base a psicologia , principalmente Psicologia Social (Cairo, 2005). O marketing (ciência prática) faz as perguntas para a psicologia responder, por isso, a psicologia do consumo é “praticamente prática”.
O grande crescimento do estudo do consumidor se deu no pós-guerra, onde o foco das pesquisas de mercado consista em estudar as motivações do consumidor, ou seja, eram pesquisas motivacionais com objetivo de entender o comportamento dos clientes e responder a questão “Por que as pessoas compram?”.
Neste sentido, historicamente e essencialmente a psicologia do consumo nasceu para fins práticos e aplicados, resultando das exigências mercadológicas. O marketing e a psicologia são ciências que andam juntas pois “praticamente todo princípio de psicologia tem uma aplicação em marketing [...] o estudo do marketing começa com o estudo da psicologia” (Ries, 2006)
Ao fazermos uma varredura de temas da Psicologia do Consumo, encontraremos na sua maioria investigações de questões práticas: Endividamento (Watson, 2003), bens posicionais (Frank, 2007), motivação, atenção e percepção (Oyserman, 2009), julgamento e significado do produto (Nepomuceno; Torres, 2005), tomada de decisão (Erasmus; Boshoff; Rousseau, 2001), Lançamento de novos produtos (Sivakumar; Cherian, 1995), imagem da marca (Tafani, Haguel,& Ménager, 2007; Poiesz, 1989), compras impulsivas e compulsivas (Beatty; Ferrell,1998; Dittmar, 2005), segmentação de mercados (Raaij; Verhallen, 1991), influencia da mídia (Chia, 2010), comportamento socialmente responsável (Queiroga e cols, 2005), social media (Zeng; Dou, 2009).
Contudo, também são realizadas pesquisas básicas em Psicologia do Consumo, principalmente na área do neuromarketing, onde se tem observado uma tendência em se estudar a conduta do consumidor, observando as atividades diferenciais dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro, contribuindo para vários estudos que englobam a psicologia e a fisiologia (Kassarjian, 1985).
Por exemplo, em estudos de pesquisas básicas laboratoriais que utilizam o FMRI (Functional Magnetic Resonance Imaging) para estudos de publicidade onde são verificadas as atividades cerebrais dos consumidores ao sentirem emoções quando estão sob a presença de um estimulo/imagem (Boricean, 2009; Kenning, Plassmann & Ahlert, 2007; Logan, Miller, Strayer, 2010). Portanto, podemos concluir que a Psicologia do Consumo é uma ciência predominantemente aplicada.
As referencias mencionadas no Artigo estão aqui: http://vai.la/1WFA
Veja mais:
O que é Psicologia do Consumo? http://vai.la/M4F
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