quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Setor supermercadista: uma força do varejo brasileiro

Dinâmico, competitivo, agressivo, inovador. Não faltam adjetivos quando o assunto é o pujante varejo brasileiro, o qual vem servindo de espelho para muitos outros mercados. Incontáveis são as notícias que mostram a musculatura do varejo brasileiro, sejam em termos de fusões de gigantes, associações em rede, abre e fecha de “bandeiras” e até cisões.


Dentro do varejo, o setor supermercadista, o ponto de abastecimento de grande parte da massa consumidora, merece um destaque bem especial. Mesmo em tempos de crise européia, transatlântico encalhado, escândalos na Esplanada dos Ministérios e Luíza que voltou do Canadá (brincadeiras à parte), o volume de pessoas que compram e o tíquete médio vêm crescendo forma acelerada. Outro reflexo da expansão do setor se revela no volume de aquisições, fusões e nascimentos de bandeiras dentro do setor. Para citar alguns exemplos, o consumidor do Nordeste que compra nas lojas do Todo Dia ou Bompreço, os consumidores do Sul e Sudeste do país que fazem suas compras nas lojas do Super Center, do BIG, do Mercadorama, sem falar da rede Sam’s Club e do Maxxi Atacado, todos estes consumidores, do Nordeste ao Sul do Brasil enchem o bolso do maior grupo do varejo mundial: o Walmart. Já os consumidores sergipanos, fiéis ao GBarbosa, os clientes baianos do Mercantil Rodrigues, ou os cariocas que costumam ir ao Prezunic, contemplam a base de consumidores da quarta força supermercadista do país, o grupo chileno da Cencosud, que ainda tem em sua carteira o Bretas e o Perini.


Uma das grandes mudanças que estes grupos empresariais do setor vêm implantando novos conceitos com relação à força para negociar com a indústria. Foi-se o tempo em que a indústria empurrava seus produtos e suas condições ao varejo. A força destas redes de supermercados e a competitividade na indústria fizeram com que o jogo ficasse muito mais duro nas mesas de negociações. Para colocar seus produtos nestas grandes redes, que bem ou mal são as maiores vitrines do mercado, pode custar muito caro principalmente aos pequenos produtores, que chegam a por em risco sua saúde financeira para cumprir os acordos comerciais, tais como “enxovais”, inauguração de loja, aniversários, cadastramento de produtos, encartes, descontos financeiros, demonstradores e promotores de venda.



Além disso, as gôndolas também traduzem a força dos gigantes do setor, em virtude da ampla utilização da estratégia marcas próprias do supermercado. Achocolatado Bom Preço? Creme dental Carrefour? Ovos e frutas Qualità? O que o supermercado está fazendo na minha casa? As metas de lançamentos de produtos de marcas próprias têm sido prioridade na maior parte das redes supermercadistas e a gestão de todos os fornecedores, juntamente com análise de giro dos produtos não é uma gestão nada fácil.



A força do setor também contribui para o oferecimento de uma atmosfera que loja que em quase nada se parece com as mercearias que dominavam o setor há algumas décadas. A experiência do consumidor em um grande supermercado vai muito além da necessidade de abastecer a dispensa. Serviços, produtos sofisticados e praça de alimentação fazem os consumidores sentirem-se em um Shopping Center, quando na verdade encontram-se em um hipermercado.


Percebemos que o setor vem seguindo boas práticas já difundidas há anos em mercados avançados, como redução de sacolas plásticas e adoção de sacolas biodegradáveis. Outras evoluções, a exemplo de pontos de self check-out, uma espécie de caixas eletrônicos para pagamentos de suas compras também deve ser algo que não demorará muito a se popularizar por aqui. Esperamos, acima de tudo, que estas evoluções se traduzam em pleno desenvolvimento do varejo, pois se este setor é por nós, quem será contra nós?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreva seu comentário!