Globalização da terceirização

O que aconteceria se na busca pela competitividade (leia-se aqui: menores custos de produção) todas as indúsutrias brasileiras resolvesse terceirizar as suas produções para países como a China?

NO CURTO PRAZO:

Cada empresa individualmente alcançaria uma maior competitividade devido à redução de custos da produção, com a possibilidade de ganhos de mercado e volume de vendas gerados com a oferta de menores preços, ou maiores prazos de pagamentos gerados pela diminuição da necessidade do capital de giro, ou geração de caixa pelo aumento das margens de contribuição.

NO LONGO PRAZO:

A redução da produção em solo tupiniquim das nossas indústrias provocaria uma série de demissões da mão de obra direta, que hoje se encontra desqualificada para atuação em outras atividades que dependam de formação intelectual, gerando uma queda abrupta no nível de renda e poder aquisitivo, já que as ações para garantir que a educação e o nível de formação adequada para este cenário demorariam cerca de algumas gerações para se alinharem.

Basta pensar na maioria da população minimamente assalariada que no auge da sua produtividade, cerca dos 30 anos de idade, possuem filhos que não participam de um programa educacional verdadeiramente comprometido com um resultado eficaz de formação e qualificação condizente com essa história que estou contando e sofrerão estas próximas consequências, que ainda resvalarão em seus netos. 

Continuando.. A renda vai cair porque não haverá empregos suficientes para suprir esse déficit e sem dinheiro no bolso e o sistema de crédito comprometido, cairá também o nível de consumo médio geral, levando toda aquela produção terceirizada estocada em containers, almoxarifados e prateleiras ao peso das duplicatas não pagas e a falência de muitas dessas indústrias, que pela ausência de uma politica nacional bem articulada para solucionar a questão da competitividade empresarial brasileira, foram obrigadas a buscar alternativas para a sua sobrevivência.

Que soluções estão sendo implementadas neste momento para aumentar a competitividade das empresas brasileiras frente aos produtos chineses extremamente competitivos?

O que dizer então, diante do fato de que nem a empresa brasileira mais competitiva seria capaz de enfrentar a competitividade chinesa se não fosse pelo nacionalismo?

50% das empresas atendidas em nossa consultoria já conjecturaram a terceirização da produção ou a aquisição de materia prima da China!

Também acredito que o cenário não seja tão catastrófico, como também não tenho tanta propriedade neste assunto, mas os discursos e a prática dos empresários com os quais tenho me relacionado me sucitaram essas reflexões.