quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Confissões de um SGQ

Por Danilo Arcanjo
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O sistema de gestão da qualidade não estava em pleno funcionamento, na verdade poucas pessoas conheciam se quer suas atividades por completo, havia pouco tempo, menos de um ano para ser mais preciso que as principais cabeças haviam rolado. Muitos padrões essenciais foram esquecidos e praticamente ninguém tinha a mínima noção do que estávamos fazendo lá.
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Não digo que o caso era terminal, a princípio a solução era simples: resgatar o que havia sido esquecido, revisar e tocar para funcionar de imediato. Nada que uma boa priorização em sinal de comprometimento por parte da liderança não resolvesse, e resolveu uma parte.
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Era perceptível. Alguns procedimentos deram uma boa modificada para melhor, outros ficaram praticamente os mesmos um pouco mais burocratizados (sem conotação pejorativa) devido à exigência de registros.
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O que nos incomodava era a falta de interação, de questionamento e de interesse em alcançar níveis cada vez maiores de excelência. Havia certa inércia.
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É neste ponto que apesar de ser óbvio, muitas empresas (leia: pessoas/gestores) possuem uma dificuldade tremenda de mudar, mudar o hábito de pensar pequeno, olhar com “viseiras de burro” e agir como se fizessem parte uma panelinha de fundo de sala de aula (departamentos).
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O que acaba ocorrendo nesse contexto é uma grande maquiagem de documentos, quadros e exortações (como diria o mestre Juran) que não promovem o aprendizado traduzido em melhorias, sobretudo nos resultados.
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Qual é a solução?
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1º - Considerar antes de tudo que implantar um Sistema de Gestão da Qualidade é igual a mudar a forma como vemos o mundo. A mudança começa no indivíduo.
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2º - O sistema, independente da consultoria, deve ter vida própria inerente à vida da própria empresa, assim como o comercial, compras e operações.
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3º - As melhorias devem ser mais do que uma conseqüência do sistema, sua finalidade.
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E para tudo isso deve haver gente competente, comprometida, estimulando a interação das pessoas, sua criatividade e o senso de equipe. Afinal, o que seria uma reunião de analise crítica sem isso?!
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Para aqueles que ficaram curiosos sobre o final da história, toda inércia tem cura. Uma boa dose de “acorda diabo” por meio de treinamentos e reuniões de resultado com indispensável participação e envolvimento da direção (leia: liderança). Isso dá uma ótima discussão.

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