terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Idade é documento?

Por Caio Maribondo
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Até o início dos anos 90, a empresa que estabelecesse a expansão internacional como nova estratégia do negócio, deveria atender uma série de requisitos ditos como fundamentais pelos principais gurus para não dar com os burros n’água.
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Em outras palavras, já deter um bom market-share no seu país de origem e contar com um gorduroso aporte financeiro para desenvolver tal estratégia eram básicos para se conduzir o processo de internacionalização. Este que, por sua vez, seguia um padrão cauteloso, lento, iniciado em mercados mais próximos cultural ou geograficamente e com recursos destinados aos mercados internacionais evoluindo gradativamente, uma vez que as receitas além-mar fossem crescendo.
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Porém, caro leitor, a partir da citada época, empresas que fugiam a este padrão tornavam-se cada vez mais comum e isto foi despertando o interesse de pesquisadores na área de negócios internacionais para encontrarem formas de explicar este fenômeno.
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Como podia uma empresa com cerca de dois anos de existência já manter relações comerciais em mais de dez países? O que difere as empresas tradicionais deste novo grupo de empresas voltadas ao mercado internacional desde sua fundação? Foi identificada entre estas empresas fatores como atitude proativa dos seus líderes, em que muitos deles já possuíam prévia experiência internacional e detinha uma boa rede de contatos, conduzindo negócios em nichos de mercado altamente especializados, oferecendo produtos de alta qualidade e utilizando-se dos avanços nas tecnologias de informação e comunicação para conectar-se com o mercado global.
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Este fenômeno de empresas orientadas internacionalmente desde o início de suas atividades foi definido como Born Global, porém você ainda pode encontrá-lo nomeados como international new ventures ou global start-ups. Como disse anteriormente, este é um fenômeno mundial, abrangendo empresas tanto no interior da nossa Paraíba quanto aquelas nascidas no Vale do Silício, nos EUA, e em sua maioria de pequeno e médio porte. Já ouviram falar na aLeda ou mesmo na New Ink Tecnologia?
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São alguns exemplos de Born Globals brasileiras que, curiosamente, exportam para dezenas de países e que muito provavelmente você nunca tenha nem ouvido falar. A tendência de crescimento e difusão deste novo modelo de negócio será cada vez mais notada e não se assuste caso daqui a alguns anos você seja vizinho de uma Born Global.
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