quarta-feira, 24 de março de 2010

Tá com calor? Então plante uma árvore!

Por Carol Montenegro

Você leu aqui no GQ a visão da Ana Carolina sobre Gestão Socioambiental e também leu as sugestões de Mariana Monteiro sobre como Trabalhar no calor. E se tentássemos juntar a sugestão dos dois títulos em um novo, como ficaria?

Saiba lendo o artigo da Carol Montenegro - Tá com calor? Então plante uma árvore!


Carolina é formada em Administração pela UFPB e teve o primeiro contato com o mercado de trabalho na Empresa Júnior de Administração desta universidade. Em 2008/2009 participou do programa de intercâmbio acadêmico PIANI/UFPB estudando durante um ano letivo na cidade de Lisboa, Portugal, onde cursou disciplinas nas áreas de Gestão Intercultural, Gestão Ambiental, Marketing e Qualidade. Atuou no ramo de comércio e atacado em uma distribuidora de medicamentos na área de Recursos Humanos e Qualidade e, atualmente, é consultora realizando trabalhos na área de Sustentabilidade junto a Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA).

TÁ COM CALOR? ENTÃO PLANTE UMA ÁRVORE!
Por Carol Montenegro

Este calor não é coisa de Deus!” Não se falava em outra coisa neste último verão que não fosse o forte calor. O detalhe é que enquanto muita gente deixa de contribuir para o “desaquecimento global” e apenas reclama, a Terra ferve, e nós continuamos congelando em nossas casas e carros com o ar-condicionado ligado.


Em fevereiro deste ano, foram registrados sucessivos recordes de consumo de energia nas residências brasileiras, atingindo 8,9 mil GWh (gigawatts-hora), 9,8% maior que no mesmo mês de 2009, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). A má notícia é que para atender um consumo tão alto, foi necessário ligar mais usinas termelétricas, que geram energia a partir da queima de gás natural. O gás é um combustível fóssil, que emite poluentes e gases de efeito estufa, responsáveis pelo aumento do aquecimento global. Este, por sua vez, está levando o planeta a mudanças climáticas que ameaçam não só a natureza, como a vida humana.

Para viver com conforto, não é necessário desperdiçar energia. E se toda população decidisse utilizar algumas alternativas inteligentes e sustentáveis para amenizar essa situação, como diminuir o uso dos automóveis, reduzir o tempo no banho, manter aparelhos desligados “de verdade” e até plantar uma simples árvore, como era comum antigamente?

A maioria de nós é adepta da idéia de que o carro é indispensável para se locomover hoje em dia. Entretanto, optar por carros menos poluentes; caminhar até a academia, padaria, farmácia; usar o transporte coletivo e até compartilhar o carro e praticar a “carona solidária”, são alternativas sustentáveis, ainda muito pouco utilizadas, infelizmente. Conheço uma família de 6 pessoas em uma mesma casa. Dessas, 4 possuem carro e saem todos os dias, cada um no seu. O que é um desperdício. Comodidade, necessidade e precariedade do sistema de transporte público no Brasil contribuem para desestimular essas mudanças culturais tão necessárias, SIM! Um imposto mais elevado sobre a gasolina, tem sido a estratégia da Europa, para estimular o uso do transporte coletivo e reverter essa situação. Sendo muito bem sucedida em várias cidades. No entanto, a educação sobre a sustentabilidade poderia ser mais eficiente, no sentido de conscientizar as pessoas de que precisam consumir menos combustíveis fósseis e, assim, torná-las defensoras deste novo comportamento.

No Brasil, a maior parte das casas possui chuveiro elétrico, o maior “vilão” da eletricidade dentro de uma residência, responsável por quase 25% do consumo. O jeito mais simples de economizar energia elétrica é regulá-lo na posição “inverno” somente quando estiver realmente frio, o que não é tão freqüente aqui na Paraíba. Vocês sabiam que se uma pessoa reduzir o tempo do banho de 12 para 6 minutos, economiza-se energia suficiente para manter uma lâmpada acesa por 7 horas? Então, nada de chuveiro ligado na hora de passar o xampu!

Outro jeito fácil de economizar energia é desligar “de verdade” os aparelhos. Aqueles que possuem controle remoto devem ser desligados no botão on/off e não apenas no controle. Deixar o aparelho em “stand by” para poder ligar novamente com o controle é responsável por até 25% do consumo de energia dos equipamentos eletroeletrônicos. Lembre-se também de desligar computadores e monitores, mesmo quando deixar de usá-los apenas por pouco tempo.

Observe as ruas no centro de João Pessoa. Muitas delas possuem canteiros, não com plantinhas rasteiras como enfeite, mas sim com grandes árvores frutíferas. Hoje em dia, as pessoas que possuem uma casa grande, com um jardim ou quintal espaçoso, preferem colocar uma piscina, cimentar alguns metros² para eventuais churrascos e gramar todo o espaço restante. Plantar uma árvore? “Dá trabalho para varrer” é o argumento mais comum. As árvores funcionam exatamente como controladores dos níveis dos gases na atmosfera. Além disso, é bom destacar que cada árvore dessas produz o efeito refrescante equivalente a 5 ar-condicionados grandes ligados. Logo, preservar as árvores do espaço urbano implica melhor qualidade de vida, sem dúvida.

Estas pequenas mudanças poderiam fazer uma grande diferença, não só para o meio ambiente, o que já é uma grande coisa, mas também para o bolso de cada um de nós. Com algumas pequenas mudanças em sua rotina, pode-se poupar tempo e dinheiro, melhorar a saúde e ajudar a reduzir o impacto sobre o meio ambiente. Não é mais uma questão de opção ou gosto pessoal. Trata-se de uma necessidade urgente. A Terra ferve, congela, treme, se enfurece. E nós, precisamos escolher entre duas opções: usar meios mais inteligentes e econômicos em nosso dia a dia, ou continuar trancados em nossos carros poluidores, com o ar-condicionado no máximo e, ao descer, derreter de calor praguejando contra Deus e São Pedro.


Um comentário:

  1. É chegado o momento de cessar as preocupações apenas nos limites das nossas casas e ir mais além das nossas fronteiras. As atitudes sim, começam em casa, mas pensando nisto como ação que gera resposta em grandes proporções. A história muda a cada instante e as preocupações também. Cabe a nós, administradores recém-formados, ter discernimento que a realidade é volátil. Agir de acordo com os nossos antecessores, em que os lucros ditavam as regras não se encaixa mais no nosso momento. A preocupação com as pessoas nas organizações veio primeiro e agora, a preocupação ambiental assume a lista de prioridades.
    Parabéns pelo post, Carol.

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