segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cervejarias - A disputa pelo mercado

Por Danilo Arcanjo


Para quem acompanhava o Café com Gestão agora terá que ficar satisfeito com Cerveja com Gestão. O Café sai do ar neste mês, mas o “gestão” continua firme e forte “a-gosto” de cerveja.

Escrever sobre esse assunto nunca tinha passado pela minha cabeça, mas isso é uma campanha sensacional que integra todos os nossos colunistas para que você leitor possa interagir. Então comecei com uma pesquisa básica em sites da nossa social bebida fermentada.


Interessante que o Post do Samuel encaixou perfeitamente nessas pesquisas dos sites, pois logo de cara você tem que ter 18 anos para acessar qualquer site de cerveja.Tente você mesmo! Apenas uma das questões referentes ao apelo sexual é que não me parece ser complemente obedecido por algumas marcas, mas enfim, ainda não cheguei ao meu assunto.

Que o mercado cervejeiro é competitivo o Caio já fez questão de pincelar ao citar a “tendência” agressiva da AMBEV, (óbvia ironia). Mas o que me chamou mais atenção foram as pequenas empresas fabricantes de cerveja aqui mesmo no Brasil que vêm lutando por um lugar ao sol, ou melhor, à geladeira da sua casa, e poucos sabem que elas existem.

Aí me vem a pergunta: Como será competir num mercado desses?

Olhem esses dados publicados no Estadão (19 de janeiro de 2010) - No Brasil, a AmBev, segundo a Nielsen, tem 70% do mercado; Schincariol, 11,6%; Petrópolis, 9,6%; e a Femsa - recentemente comprada pela Heineken -, 7,2%. Somando isso dá 98,4%, ou melhor, sobra 1,6%, que na verdade não é sobra, é objeto de disputa entre marcas importadas, os competidores já citados e as pequenas fábricas.

Acho que poucos são os mercados com tamanha competitividade e lembrando PORTER, com tantas barreiras à entrada, acho que só o mercado automotivo mesmo.

O mais interessante de tudo é que elas existem, são cerca de 100 microcervejarias no Brasil (olha isso!), sendo que a maioria realiza a sua produção de forma artesanal, o que eleva os custos de produção. Para se ter uma idéia, o preço final varia de R$ 10,00 a R$ 80,00 por garrafa para tornar o negócio viável (vai uma loirinha?).

A solução parece bem razoável. Provocar a união urgente de todas as microcervejarias para amontoar o máximo de capital possível e fazer frente às produções em massa das grandes companhias (Estratégia de custo) ou se especializar na fabricação de um produto diferenciado explorando as características de um público mais fiel (Estratégia de diferenciação).

A primeira opção parece ser mais difícil, mas a segunda também tem o seu “porém”. Em entrevista ao Estadão, Marcelo Carneiro da Rocha, dono da Colorado, diz: "Meus concorrentes não são as grandes companhias. Competimos com a ignorância de muitas pessoas sobre a cerveja. De um modo geral, bebem de uma maneira automática. Não sou contra esse tipo de consumo, mas nem sempre a melhor cerveja é a mais gelada do bar".

E ainda tem as retaliações das grandes marcas. A "reação desproporcional" da concorrência e o excesso de burocracia são apontados como as principais dificuldades. "Quando nossas vendas começam a crescer, as grandes cervejarias logo agem para tentar tirar a marca do bar", reclama Marco Falcone, um dos donos da Falke Bier.

O ponto é esse, as grandes produtoras pressionam até que suas estratégias de expansão por meio da compra das pequenas se sobressaiam.

Gostaria de ter relacionado aqui algumas microcervejarias que encontrei pelo caminho, mas a verdade é que elas já podem ter sido compradas pelas grandes, então não adianta. Mas tentem nesse link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Microcervejarias_no_Brasil

Um comentário:

  1. Danilo, concordo com a sua colocação sobre a agressividade do mercado de cerveja, afinal como os números apontam é a terceira bebida mais consumida no mundo e conquistar cada ponto de venda e cada consumidor é sempre um desafio. Pensando no consumidor final, não basta ter a marca da cerveja na cebça do consumidor, é preciso ter a marca em todos os bares, restaurantes, supermercados e de preferencia gelada, muito gelada. O preço também influencia, se tratando do consumidor das classes C e D, diferente das classe A e B que buscam um produto diferenciado, não que as primeiras não exijam qualidade, mas as últimas estão mais dispostas a pagar pela cerveja especial.

    Pensando no ponto de venda (intermediário) o preço é um diferencial, mas o suporte (materiais de mkt, cervejelas, mesas, cadeiras, etc), atendimento e entrega de qualidade são fundamentais. Falo com propriedade, já que trabalho neste mercado que ferve e parece fazer correr cerveja em nossas veias.

    Continuem escrevendo e esse tema é sempre uma delícia!!!

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