quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ainda se Veste a Camisa da Empresa?

Por Tarcyo Alves
 
Olá comunidade da gestão e da qualidade, hoje temos uma participação especial no nosso blog.
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Convidamos o Administrador Tarcyo Alves para compartilhar conosco sua visão sobre o comprometimento organizacional atual no mercado de trabalho.
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Saiba a seguir se...
Ainda se Veste a Camisa da Empresa?


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Será que realmente ainda existem nas empresas aqueles funcionários que realmente vestem a “camisa”? Essa é uma pergunta que muitos empresários se perguntam até hoje quando passam em suas organizações e olham seus funcionários trabalhando, e com certeza devem se perguntar: Será que eles realmente gostam de trabalhar aqui?
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Em um passado recente, cerca de 15 ou 20 anos atrás, era muito fácil um funcionário passar mas do que 5 anos em uma organização, criar vínculo com a empresa, conhecer a família do chefe, freqüentar até mesmo sua casa, e realmente sentir-se em casa todos os dias ao adentrar na empresa. Era realmente um clima amistoso, onde todos na organização participavam da vida uns dos outros, tornando-se realmente uma família.
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Muitas vezes, durante conversas informais em bares, reuniões de família, ou até mesmo dentro das suas casas, era notório o real envolvimento do funcionário com a empresa, quando se tocava no assunto “produto da empresa”, cada um defendia sua empresa, dizendo que o produto de onde trabalhava sem sombra de dúvidas, era o melhor de todos, que ele mesmo o utilizava em casa de tão bom que era, mesmo que pesquisas comprovassem o contrário, mas a convicção e o amor pelo seu trabalho faziam com que o funcionário se tornasse o maior vendedor de seus produtos, independente da função em que trabalhasse dentro da organização.
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Existe um fato em que se falava de um funcionário que, trabalhou em duas empresas concorrentes durante sua vida de trabalho. Nos primeiros 10 anos, trabalhava em uma empresa que, em sua opinião, tinha o melhor produto de todos, o mais confiável, o que todo mundo deveria comprar, inclusive todos os seus amigos e parentes, porque ele afirmava que, por trabalhar lá, conhecia realmente o produto e tinha certeza absoluta que ele era o melhor. Após esses anos, a empresa em que trabalhava fechou suas portas, e devido a ser um funcionário competente, logo o concorrente o chamou para trabalhar com eles. O mesmo não contou conversa, jogou fora todos os produtos da antiga empresa e passou a utilizar os produtos de sua nova organização, e começou a convencer a todos que o produto com o qual estava trabalhando agora era melhor do que o anterior. Questionado por seu cunhado, já que, há pouco tempo trabalhava com outro produto e dizia que era o melhor, agora fala a todos que o melhor é esse, por que isso acontecia? A resposta foi simples: “Não sabia que eles estavam evoluindo seu produto tanto assim, que chegaram hoje a ultrapassar em qualidade o produto que eu vendia anteriormente”. A certeza dessas palavras fez com que, mais uma vez todos seguissem sua opinião, e comprassem esse novo produto.
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Esse funcionário realmente existiu. Pode-se afirmar com certeza o quanto ele valorizava o local em que trabalhava, e o quanto ele sabia da importância das pessoas acreditarem em suas palavras, e que, com essa seriedade com que passava, acabou assim disseminando a idéia da qualidade do produto através de amigos e parentes, que disseminaram entre seus amigos e seus parentes, e assim sucessivamente. Isso prova a real importância de um funcionário para uma empresa, mas será que esse tipo de funcionário ainda existe?
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Outro dia foi divulgado que, um funcionário de uma marca de refrigerante famosa estava dentro de suas instalações tomando um refrigerante de seu concorrente. Quantos casos nós conhecemos atualmente de pessoas que trabalham em empresas, mas que, odeiam o produto que vendem, não possui nenhum vínculo com a mesma nem mesmo com seus colegas de trabalho. Funcionários que trocam de empresas, principalmente para trabalhar nos concorrentes apenas por um salário maior. Onde estão realmente os funcionários de antigamente? O que se perdeu nesse meio tempo? O que fazer com essa situação?
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Hoje existem grandes profissionais de RH que buscam resgatar esse vínculo com a empresa, de trazer a idéia de família para as organizações, entretanto, quando os funcionários começam a assimilar a nova idéia, o profissional de RH recebe uma ótima proposta para trabalhar em outra grande empresa, e o que acontece? Ele sai. Aí os funcionários se perguntam se realmente existe essa história vestir a camisa da empresa, já que, nem os próprios donos vestem, pois, às vezes recebem uma boa proposta para venderem à mesma e assim o fazem. A questão desse artigo não é discutir as partes financeiras, mas sim, o vínculo com as empresas que se perdeu em algum lugar.
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Ainda existem poucos funcionários que ainda se preocupam com a empresa, que trabalham com entusiasmo e que disseminam por ai o quanto a empresa é importante para a Sociedade (que hoje está em alta) e o quanto seus produtos/serviços são excelentes, mas infelizmente a parte financeira fala mais alto, e dependendo da proposta, ele pode mudar sua opinião e seu produto/serviço favorito passe a ser outro.
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Enfim, vestir a camisa da empresa passou s ser um mito, histórias que se contam por aí e que algumas pessoas acreditam, outras não. Trabalhar já foi mais do que sua conta bancária no final de mês. Hoje, infelizmente esse pensamento que paira na cabeça das pessoas, mas realmente qual seria a solução para essa situação? Difícil dizer, mas tenham certeza que os poucos que ainda possuem esses pensamentos hoje valem ouro...
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E será que você também vale ouro?

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