sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tempestade Organizacional: como lidar com ela

Por Tarcyo Alves
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É impressionante o quanto um clima organizacional de uma empresa influencia no seu dia a dia. Quer saber se sua empresa possui um bom clima organizacional? Procure prestar mais atenção na forma que seus funcionários se relacionam, ou até mesmo como eles se relacionam com você! Sabe aquela imagem de quando o chefe chega à empresa tudo muda, os funcionários ficam sérios, deixam de conversar e se passam por estar fazendo exatamente o que o chefe determinou. Isso já é um sinal que sua empresa está a caminho de uma tempestade organizacional.
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Lembra que um dia você teve que ir a uma empresa resolver algum problema, mas ao chegar lá encontrou um campo de guerra no lugar de uma organização? Funcionários que nem se olhavam de tanta raiva, chefe que gritava com um colaborador na frente dos clientes, um atendente que se queixava da empresa para um cliente em atendimento, falando coisas do tipo: ‘‘Ainda só estou aqui porque tenho uma família para sustentar... ’’. Essas coisas acontecem todos os dias em diversas empresas, porém alguns gestores não percebem o quanto ruim está o clima organizacional de sua empresa, deixando que ele se torne essa tempestade, cheia de trovões e ventania capazes sim, de revirar sua empresa.
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Claro que o chefe não pode impor que o clima da empresa seja maravilhoso, visto que muitas vezes ele mesmo o acaba estragando, porém existem possibilidades para que o clima seja melhorado, ao ponto de criar um ambiente maravilhoso de se trabalhar. Alguns gestores (poucos) pensam logo em treinamento, e procuram uma empresa de consultoria (de preferência a mais barata) para melhorar o clima da empresa, mas muitas vezes eles esquecem que cada pessoa possui uma característica peculiar, com sonhos e decepções particulares e diferentes, sendo assim não adianta tratar todos os funcionários de forma igual pensando que está fazendo o bem, o que na verdade não está.
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O certo é criar uma cultura na empresa em que todos os funcionários estejam em sintonia com os objetivos da empresa, fazendo com que esta cultura seja disseminada para todos os colaboradores de forma natural. Achei fantástico o que o escritório da Boehringer Ingelhein em São Paulo criou. Lá não existe mesa fixa nem para o Diretor-Geral, onde os funcionários dividem as 205 mesas do escritório. Ao chegar, escolhem um lugar para sentar, ativam seu ramal e conectam o notebook. No fim do dia, eles limpam a mesa, colocam seus pertences em uma mochila distribuída pela empresa, e guardam os documentos de uso coletivo em um armário. Este é um processo inovador, onde eles interagem com os outros funcionários dentro da empresa, além de terem a obrigação de manterem sempre o ambiente limpo e organizado para as outras pessoas. Quando um novo funcionário for contratado, ele irá seguir essa ‘‘norma’’ da empresa, e assim sucessivamente, até que isso se torne uma cultura da organização, sem ter essa obrigação, até porque faz bem à empresa.
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Essa nova cultura tem que ser criada aos poucos, até porque não existe fórmula para melhorar o ambiente de uma organização, existem sim ferramentas que podem ser utilizadas, mas que precisam ser adaptadas para a realidade de cada empresa. Toda empresa passa por seus problemas, e as soluções são diferentes em cada caso. A ferramenta utilizada pela Boehringer foi apenas uma alternativa que deu certo, mas não significa que atingirão os mesmos resultados em outras empresas. O que cada gestor precisa entender é que, primeiramente ele deve conhecer todos os seus colaboradores, e ser capaz de tomar decisões que beneficiem a maioria deles. Com relação ao restante, eles entenderão que terão que aceitar a nova cultura da empresa, ou ficarão de fora desta nova fase da organização, até porque, todos sabem que logo após a tempestade...
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