A aldeia global está sendo cada vez mais exploradas por grandes corporações e a bola da vez é o famoso grupo de mercados emergentes, bem representado pelos países de BRIC os quais já havíamos comentado em posts anteriores. Os jornais destacam com muita freqüência operações de fusão e aquisição entre grupos empresariais, números recordes de IPO (Oferta Pública de Ação) e outras manobras empresariais que são alimentadas por uma grande ânsia de aumento de lucratividade. Perpassa por isso, caro leitor, o aumento do market share em escala global, que tem sido fortemente buscado na exploração de mercados como Brasil, China, Índia e México, por exemplo. Principalmente grandes companhias dos EUA, Europa e Japão vêem possibilidades de crescimento acima da média nos mercados emergentes em comparação com os mercados desenvolvidos.
Diante disso, essa fatia de mercado vai ser disputada no braço entre as multinacionais e os competidores domésticos. Daí você pensa: “Ah, isso é quase desleal! Nunca uma empresa local vai conseguir competir com líder global!” Não diria que a coisa funciona bem assim. Segundo estudos publicados Harvard Business Review (2008), as multinacionais que enxergam os países emergentes como mais atrasados ou mesmo caminhando para a convergência com os desenvolvidos estão duplamente enganadas e estas visões podem ser fatais para o sucesso dos negócios. Algumas das estratégias adotadas pelas multinacionais vão desde ampliar o ciclo de vida do produto, como por exemplo, um carro já lançado na Europa há três anos, não gera mais os lucros fantásticos do primeiro ano e daí esse produto é lançado como modelo inovador em mercados emergentes, como Brasil ou México. Isto pode não refletir a necessidade do mercado em questão. Os mercados emergentes devem ser vistos de acordo com suas particularidades, pois as empresas que planejam lá atuarem devem estar preparadas para estes novos contextos. Certa vez, li uma reportagem que falava sobre um produto lançado pela Nestlé para auxiliar no complemento alimentar de crianças em países africanos, porém o produto consistia em uma mistura que deveria ser dissolvida em água. O problema é que certo número de crianças morreu devido as mães utilizarem água contaminada para o tal fim. Não precisa muito esforço mental para saber que água potável em algumas partes da África não é amplamente disponível.
A vantagem de já conhecer o mercado e se antecipar às necessidades não atendidas favorecem as empresas domésticas e, é claro, o Brasil tem vários casos desta amplitude. Falando da Hypermarcas, tida pela Exame como a “Unilever brasileira”, qual o concorrente que irá tirar o hidratante Monange da preferência de milhares de brasileiras? Ou mesmo o Gelol, Benegrip, Assolam, Zero-cal... ufa! Ou seja... várias Top of Mind do povão brasileiro. São inúmeros casos que competidores como Johnson&Johnson e Unilever vão ter que rebolar muito se quiserem competir de igual pra igual com a Hypermarcas no mesmo segmento. Partindo agora para uma perspectiva mais regional, o Nordeste é o mercado emergente no Brasil e grandes competidores globais têm tido dificuldades em atingir a grande massa de consumidores das classes C e D. No ramo de bens de consumos, alguns casos são bem conhecidos, como os produtos do Grupo ASA com sua linha de sabão em pó Bem-te-vi ou mesmo do tradicional Vitamilho. Fica claro que nas duas situações não é o protecionismo imposto pelos Governos que dificulta esta competição, mas sim as estratégias e ações tomadas por estas empresas locais, que mostram eficácia nas suas operações e coragem ao defenderem seu território.
Como vocês podem ver, os competidores locais têm lançado mão dos benefícios da globalização para incorporarem elevada tecnologia em seus processos, acesso a recursos financeiros e humanos na busca por diminuir este gap entre os mercados emergentes e desenvolvidos. Caso você se interesse mais pelo assunto, fica a dica para pesquisar sobre as características e vantagens de um first mover. Portanto, não é preciso um batalhão de empresas locais para expulsar uma multinacional, basta um único campeão local fazer o seu dever de casa para enfrentar o Golias.
Diante disso, essa fatia de mercado vai ser disputada no braço entre as multinacionais e os competidores domésticos. Daí você pensa: “Ah, isso é quase desleal! Nunca uma empresa local vai conseguir competir com líder global!” Não diria que a coisa funciona bem assim. Segundo estudos publicados Harvard Business Review (2008), as multinacionais que enxergam os países emergentes como mais atrasados ou mesmo caminhando para a convergência com os desenvolvidos estão duplamente enganadas e estas visões podem ser fatais para o sucesso dos negócios. Algumas das estratégias adotadas pelas multinacionais vão desde ampliar o ciclo de vida do produto, como por exemplo, um carro já lançado na Europa há três anos, não gera mais os lucros fantásticos do primeiro ano e daí esse produto é lançado como modelo inovador em mercados emergentes, como Brasil ou México. Isto pode não refletir a necessidade do mercado em questão. Os mercados emergentes devem ser vistos de acordo com suas particularidades, pois as empresas que planejam lá atuarem devem estar preparadas para estes novos contextos. Certa vez, li uma reportagem que falava sobre um produto lançado pela Nestlé para auxiliar no complemento alimentar de crianças em países africanos, porém o produto consistia em uma mistura que deveria ser dissolvida em água. O problema é que certo número de crianças morreu devido as mães utilizarem água contaminada para o tal fim. Não precisa muito esforço mental para saber que água potável em algumas partes da África não é amplamente disponível.
A vantagem de já conhecer o mercado e se antecipar às necessidades não atendidas favorecem as empresas domésticas e, é claro, o Brasil tem vários casos desta amplitude. Falando da Hypermarcas, tida pela Exame como a “Unilever brasileira”, qual o concorrente que irá tirar o hidratante Monange da preferência de milhares de brasileiras? Ou mesmo o Gelol, Benegrip, Assolam, Zero-cal... ufa! Ou seja... várias Top of Mind do povão brasileiro. São inúmeros casos que competidores como Johnson&Johnson e Unilever vão ter que rebolar muito se quiserem competir de igual pra igual com a Hypermarcas no mesmo segmento. Partindo agora para uma perspectiva mais regional, o Nordeste é o mercado emergente no Brasil e grandes competidores globais têm tido dificuldades em atingir a grande massa de consumidores das classes C e D. No ramo de bens de consumos, alguns casos são bem conhecidos, como os produtos do Grupo ASA com sua linha de sabão em pó Bem-te-vi ou mesmo do tradicional Vitamilho. Fica claro que nas duas situações não é o protecionismo imposto pelos Governos que dificulta esta competição, mas sim as estratégias e ações tomadas por estas empresas locais, que mostram eficácia nas suas operações e coragem ao defenderem seu território.
Como vocês podem ver, os competidores locais têm lançado mão dos benefícios da globalização para incorporarem elevada tecnologia em seus processos, acesso a recursos financeiros e humanos na busca por diminuir este gap entre os mercados emergentes e desenvolvidos. Caso você se interesse mais pelo assunto, fica a dica para pesquisar sobre as características e vantagens de um first mover. Portanto, não é preciso um batalhão de empresas locais para expulsar uma multinacional, basta um único campeão local fazer o seu dever de casa para enfrentar o Golias.
Que bom saber disso! É claro que dificuldades existem e não se consolida no mercado contando apenas com a sorte, mas ser empreendedor, fazer seu dever de casa e estudar cada possibilidade detalhadamente, podem abrir muitas portas e sem precisar sair de casa. Parabéns pelo estudo interessantíssimo, Caio!
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