Expresso GQ: O que a enchente de Palmares-PE nos ensina sobre Gestão

Por Ms. Samuel Lincoln

Sábado passado (18/07) fiz parte de um mutirão de serviços em Palmares-PE, a cidade que foi mais prejudicada com a enchente provocada por um evento metrológico raro, que elevou o nível do Rio Una, destruindo centenas de casas e deixando milhares de desabrigados.

A destruição foi grande, não há palavras que expresse o que é estar naquela cidade.

Vocês podem estar se perguntando, o que tudo isso tem haver com gestão? Então, lá na cidade tive a oportunidade de conhecer um pequeno empresário, Sr. Morais, ele era proprietário de um bar-restaurante e perdeu tudo com a enchente. Nessa rápida conversa me veio à mente uma palavra muito falada no dia-a-dia empresarial, a famosa resiliência.

Resiliência é um termo da física que expressa uma “característica mecânica que define a resistência aos choques de materiais” (dicionário Aurélio), adaptando o conceito para a realidade das relações humanas, resiliência diz respeito à capacidade que o ser humano tem de suportar as situações adversas trazidas pela vida.

Aprendemos este conceito em cursos, seminários, workshops, palestras, etc. Mas só temos a real dimensão deste conceito na vivência prática, nossa resiliência é provada e aprendida quando a situação desfavorável aos nossos planos acontece. E aí, o que fazer? Seguir em frente, e recuperar as forças – foi a resposta do Sr. Morais.

Aprendi outra lição com esse empresário, quando já estava me despedindo ele disse: “Olha só, hoje infelizmente não posso lhe oferecer nada, mas se der, venha daqui uns 2 meses, lá no bar temos vários petiscos, são gostosos e o preço é bom”.

Diante de um cenário totalmente desfavorável, Sr. Morais continua com o foco no cliente, buscando atraí-lo através da propaganda.

Devemos ser determinados, resilientes e nunca perder o foco.

Eu fui a Palmares-PE pensando que ia ajudar, mas com certeza recebi muito mais do que pude dar.