sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Responsabilidade Social

Por Danilo Arcanjo

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Quantos funcionários trabalham na sua empresa?
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Se multiplicarmos esse número por 04, quantas famílias estão sendo diretamente beneficiadas?
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Esse detalhe do “diretamente” exclui os fornecedores. Mas se fossemos incluí-los, quantas famílias teríamos?
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Quanto maior o número obtido, maior será o número de pessoas beneficiadas e, por-tan-to: “A NOSSA EMPRESA É POR ESTE MOTIVO PRATICANTE DA RESPONSABILIDADE SOCIAL”.
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Quem conhece um pouco sobre o tema jamais aceitaria está afirmação, cujo autor não importa agora. Mas é uma forma de pensar e não está totalmente errada.
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O conceito de responsabilidade social como muitos outros temas atuais não estão plenamente definidos e talvez nunca estejam devido à dinâmica que os envolve. Quando uma empresa diz ser responsável socialmente, normalmente ela vincula isso às suas práticas de assistencialismo, por meio de apoio a grupos carentes, seja projeto próprio ou de terceiros.
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O assunto é amplo o suficiente para envolver estas questões também e ainda contemplar outras mais fundamentais como a oferta de condições dignas de trabalho, a ética nas relações com clientes, fornecedores, e demais partes interessadas, contribuição fiscal, incentivo a educação, saúde e qualidade de vida, combate ao trabalho escravo e infantil, preservação dos ecossistemas, redução da emissão de resíduos e por aí vai.
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O pensamento nessa hora vai do ponto mais simples como uma doação anual para o natal sem fome até uma política de total exigência de atuação ética, em todos os sentidos, para todos os integrantes da cadeia produtiva a qual a empresa possui relação direta ou indiretamente. Ufa!
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Ou seja, é complicado e falta muito para a “responsabilidade social” passar de uma declaração de valor para um estado de ser.
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Então, o que dizer do colega que se referiu ao número de funcionários beneficiados?
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Como dizia, não acho que esteja errado, mas acho que a visão está caolha. Se por um lado estão sendo beneficiadas hoje, qual o risco que dessas famílias passarem a serem prejudicadas?
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Aí é que está. Quanto maior o número de funcionários, maior o número de famílias e maior será o risco de um impacto social. E isso, deve ser analisado não apenas do simples fato de uma demissão em massa (300, 400, 500, 600 pessoas, como já ocorreu), mas dos fatores capazes de gerar esse fato. Decisões, decisões, decisões ou a falta de decisões. Estamos então falando de gestão, falando de gerenciar com responsabilidade, a responsabilidade que nesse sentido toda empresa tem com a sociedade (seja impacto bom ou ruim), inclusive a empresa do nosso colega.

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