Prefácio
Este artigo foi produzido pela equipe IBDHO, baseado no debate lançado pelo Roberto Carlos Silva no Grupo FNQ - Excelência em Gestão do "Linked in".
Há duas semanas atrás lançamos em um de nossos grupos de discussão uma especulação a cerca do domínio que as empresas do setor elétrico, em particular as distribuidoras, vem alcançando nas premiações concedidas pela FNQ, Fundação Nacional da Qualidade, conforme pode ser observado no gráfico abaixo:
NÚMERO DE EMPRESAS AGRACIADAS COM “PNQ” OU FINALISTAS POR ÁREA DE ATUAÇÃO (Dados: www.fnq.org.br)
Dentre os comentários, além da reclamação pelo fato das tarifas estarem entre as mais altas do mundo (não chequei isso, nem é o fórum), foram particularmente interessantes aqueles sobre a atuação da “ABRADEE – Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica” que fomenta a melhoria entre seus associados através do “Modelo de Gestão da FNQ” (Marcus Vinicius Arabe) e do governo federal ter implantado políticas públicas, incluindo a vinculação à repasse de verbas e itens de avaliação de desempenho para concessão ou seja, como se fossem requisitos de mercado.
Vejamos abaixo algumas comparações obtidas através de “Maiores e Melhores” no portal da revista Exame (http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/):
1) Vendas em US$ Milhões:
Não parece haver tendência dominante, o mercado deve ter afetado a todas quase que da mesma maneira.
2) Rentabilidade sobre patrimônio (%):
Todas as reconhecidas apresentam rentabilidade acima da média do setor nos últimos 4 anos, enquanto que algumas das não premiadas, não.
3) Numero de empregados:
Nos últimos 5 anos, maiores tendências de estabilidade ou queda nas reconhecidas, e tendências estabilidade e de alta nas não premiadas.
Apesar de não ter a profundidade de um estudo acadêmico, podemos afirmar preliminarmente que as empresas reconhecidas, tenderam a reagir melhor a queda de receita que afetou todo o setor nos últimos 5 anos. A observação dos gráficos mostra ainda mais suavidade nas reconhecidas do que nas não premiadas. Inferindo que uma boa gestão tende a tocar os negócios com “menos solavancos”.
Infelizmente, não temos dados suficientes para afirmar se a atuação da “ABRADEE “ é decisiva ou não, posto que deve ter afiliadas nos dois grupos de controle. Seria uma grande oportunidade para ela demonstrar publicamente as melhorias decorrentes de sua atuação, em complemento a estas reflexões.
Nosso colega Carlos Souza acredita que quase todas as concessionárias do setor elétrico, premiadas ou não pelo PNQ, sejam filiadas à ABRADEE e tenham seu modelo de gestão ancorado no MEG, também participam do Prêmio da ABRADEE, o que talvez explique o fato das diferenças não serem ainda maiores. O prêmio existe dede 1999 e foi aprimorado a partir de 2003, quando foi inserido dentro do programa Benchmarking da associação. Em 2007, 49 concessionárias de distribuição de energia elétrica, atuantes em todas as regiões do país e responsáveis pelo atendimento de mais de 99% do mercado brasileiro de energia elétrica, já participavam do Prêmio, ocasião em que a própria FNQ adotou parceria com a ABRADEE para aprimorar a gestão do prêmio. (ver artigo do site da FNQ em http://www.fnq.org.br/site/ItemID=264/369/default.aspx)
Além da própria possibilidade do reconhecimento público de uma premiação, a participação no PNQ é fator de pontuação no prêmio ABRADEE e excelente mecanismo de avaliação da gestão. A ABRADEE também coordena a pesquisa de satisfação dos consumidores que é aplicada por entidade especializada obtendo o resultado de cada uma das empresas filiadas.
Entendemos que também a “FNQ”, tem a oportunidade de demonstrar publicamente se o consistente crescimento do reconhecimento de empresas do setor elétrico é pertinente e se traz preocupação a imagem do PNQ perante a sociedade.
Para que o prêmio continue a ser uma coroação para as organizações que atingem os seus resultados pelos esforços na excelência da gestão, seja qual for o setor de atuação, é importante termos diversidade principalmente entre as vencedoras.
Já que as empresas do setor elétrico atuam em mercados com uma dinâmica bem diferente da maioria das organizações, uma sugestão seria pensar nas linhas de corte! (Danilo Arcanjo) ainda que transitórias. O ideal nos parece que outras entidades sigam o trabalho da “ABRADEE” fomentando a utilização dos critérios do PNQ em suas associadas (Walter Amorim).
Agradeço a participação dos colegas do grupo “FNQ – Excelência em Gestão” na rede social “Linked In”, e em particular aqueles que concordaram em explicitar seus nomes neste artigo.
Click aqui para fazer baixar o PDF deste artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva seu comentário!